Para quem são sabe, a compra de roupas e produtos usados é uma prática bem antiga. Por volta de 1880-85, nos subúrbios de Paris já existiam feiras de trocas, porém devido às péssimas condições de higiene, esses locais foram apelidados de marché aux puces, traduzindo “mercado de pulgas”.

Esses eventos começaram no Brasil por volta de 1899 com Belchior, um vendedor de porta que vendia roupas e objetos de segunda mão no Rio de Janeiro. Com o passar dos anos, o nome se transformou popularmente em brechó, o nicho de mercado que conhecemos hoje e que também vem mudando. Nos dias atuais, vários desses locais tem logomarca e ambientação personalizada.

Até hoje muitas pessoas tem para si que brechós são locais com peças ruins, velhas e com “más energias”, já que algumas coisas são bem antigas, usadas e baratas, mas qual o problema dessa peça se ela é mega linda, estilosa e única?

Essas ideias precisam ser revistas antes de você ir a um brechó. Lembre-se que roupas usadas não são sinônimos de peças acabadas ou destruídas. Elas até podem estar desgastadas quando contam uma história, mas a maioria dos brechós prezam pela qualidade de seus produtos. O fato das peças estarem expostas já passam o pressuposto de que elas estão devidamente higienizadas, o que mostra a qualidade do brechó.

Antes de mais nada se informe – procure saber onde estão as melhores lojas e se elas tem o que você procura. Veja também se tem provador, detalhe necessário para seu conforto.

Outra dica importante é tempo. Não adianta você ir com pressa a um brechó. Quando você não conhece o local planeje-se para ver as peças com muita calma. Observe bem antes de comprar. Você pode achar verdadeiros tesouros. Afinal ter uma bolsa Gucci Vintage é puro luxo!

Sempre prove a peça. Veja se o que você se propôs a comprar fica bem. Analise possíveis manchas, desgastes onde tem atrito, os metais, assim como zíperes e botões.

Quanto aos calçados observe a sola e o salto. Tudo vai interferir no valor final da compra. Às vezes o conserto sai mais caro que a peça!

Brechós também podem se especializar em décadas ou peças de luxo.

Porém, nem tudo o que é Vintage veio de brechó. A peça pode ser de família ou que você ganhou de alguém. O fato é que primeiro foi determinado que o Vintage ficaria entre as décadas de 20 a 60. No início dos anos 2000 o Vintage passou a ser da década de 20 a 80. E pôr fim à década de 90. Agora, segundo a jornalista e consultora de moda Érika Palomino, com a chegada do fast fashion, ou seja a roupa em série, o Vintage é uma criação de ontem. Tudo está muito rápido. Talvez essa seja uma forma de colocarmos um freio nisso tudo, não exatamente voltando ao passado, mas procurando nos brechós peças de qualidade com um preço bem mais acessível.

Boas Festas! Beijos a todas!

Veronica Scavone

Originalmente publicado na revista Top Loba em 2020

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